Indagações presente-futurísticas (Amor)

Todo amor desse mundo parece pequeno frente a imensidão de pessoas que nele vivem. A impressão que fica é a do descompasso do sentimento, do comportamento de amar. Quão infindáveis são as juras de amor, as formas de dizer "Eu te amo". E nem por isso as pessoas amam mais. Será que esse sentimento puro nasceu pra todos provarem? Ou será que alguns nunca chegarão a possuí-lo? É difícil até formular essas perguntas. Por vezes é confuso, doído, paradoxal...

Será que as pessoas em algum momento da vida, chegarão a amar, mesmo que esse não seja um amor dirigido a pessoas? Vale a pena sim considerar tal hipótese. Só não será fácil provar. E eu não me preocupo com provas, pelo menos no que diz respeito a este assunto. 

É tudo tão confuso, tão monótono, e também tão bonito.

São essas as raras vezes em que o ser humano olha pra outrem conhecido de forma diferente. Quando se ama. E será que existe toda aquela conversa de "amor verdadeiro"? Ou será mais uma das tentativas sensacionais que temos para consolar-nos do inevitável vazio da vida? Gosto de otimismo! Melhor eu dizer que acredito que sim, ele existe. Mas não tão banalmente como pintam por aí.

É tudo tão incalculável, e ao mesmo tempo previsível.

Toda alma almeja distorções e acertos, confusões e lindos desfechos. Almas procuram amor, mais que qualquer coisa no mundo. Já parou pra pensar no que te motiva? Sim? Não? Tente. Há outros que sequer se importam com essa materialidade toda ao redor, e ainda sim vivem. Há outros que sequer saltam os olhos com toda essa estimulação diária, apenas deixam-se levar. E o que é essa chama no fim da estrada percorrida? Sua motivação: amor.

Quem além de mim gosta do que eu gosto? Poucos. Quem além de mim sente o que eu sinto? Um meio termo de almas. Quem além de mim faz essa corrida no ambiente da imaginação? Talvez centenas de vocês (posso me enganar). 

E essa vida pra onde vai me levar? E essa forma de ver pra onde vai me levar? E esse jeito doce de entender pra onde vai me levar? Para o abismo. Sim, não há saída. Para o abismo das palavras, que mesmo ditas podem não ecoar, mas que ditas podem jamais se modificar.

O amor é mais que um conjuntinho de atitudes. É bem mais que um planejamento determinista de vida, é uma caixa fechada a sete chaves, que pra alguns já veio com todos os cadeados fechados e que pra você (ou outros) pode ter vindo até, destrancada.